Prefácio

    Temos livro novo na praça... É Orlando Lemos mais uma vez brindando seus privilegiados leitores com magníficas histórias, muitas vezes comoventes, noutra hora sobejamente divertidas e, em ambas as situações, levando o leitor, mesmo o menos atento, a querer, irresistivelmente, a partilhar as emoções dos personagens.

    Não faz muito tempo que comecei a tomar contato com a tão pródiga habilidade do contador de histórias, Orlando Lemos.

    Primeiramente pela leitura de "Carga Pesada", depois com "Cortando Chão" e em seguida outro e mais outro...

Agora, entre perplexo e assustado, vejo-me na invejável e honorável condição de convidado para prefaciar este seu mais novo trabalho que Orlando batiza com o insinuante título de RASTREADO PELA LUA. 

    Esta distinção, por certo, mais se justifica por me haver tornado ardoroso admirador e até divulgador do seu trabalho. Ou, quem sabe, fosse pelo fato de coincidência de nomes entre pai do autor, Manoel Camilo e o meu, Eduardo Manoel. O certo é que me sinto verdadeiramente homenageado com a missão e isto, doravante, vai ser item importante do meu currículo.

    Está evidente em RASTREADO PELA LUA a fidelidade que Orlando Lemos mantém à sua aventurosa profissão de caminhoneiro.

Com fundamentos nela, conforme o próprio autor conta em conversas amigueiras, ele examina detida e demoradamente cada pormenor do título com que tem nomeado todos os seus livros. Ouve opinião de um amigo, aqui, de um colega acolá, até que tenha seu ente de razão formado, uma vez preservados os princípios de viageiro, e aí então estar pronto para bater o martelo.

    De modo idêntico procede com os artistas a quem escolhe como capista. Diz-lhes sobre as linhas mestras do trabalho, os motivos , examina as provas até que afinal estejam do seu agrado as mais primorosas vestimentas para seus escritos, vestimentas adequadas à simplicidade das histórias que conta, porém verdadeiras obras de arte que ajudam a dar qualidade aos seus livros. E, quanto aos revisores, não faz por menos, quer saber tintim por tintim, eventuais correções feitas, afim de que suas narrativas não sejam maculadas, não fujam do linguajar das pessoas simples.

    Interessante ainda, em termos de fidelidade, é o apego do autor em narrativas a respeito de animais. Isto se constata mais uma vez em RASTREADO PELA LUA que traz nas suas páginas nove histórias. Pois bem, destas, quatro retratam passagens com animais, ou exaltando-os pelas suas participações, de forma comovente, como em O Caminhoneiro e o Beija-Flor, que fatalmente levará os mais emotivos às lágrimas, ou naquelas como O Casal Cheiroso, um casal de urubus domesticados que sob os olhares complacentes de Vó Dandinha, sua dona, experimenta as mais incríveis façanhas, inclusive de "relacionamento promíscuo" com galinhas e galos. E o pior é que ainda sobra "coisa" para o próprio Orlando.

    Não fica por menos, para se embolar de rir também, a proeza do cachorrinho em O Vira-Lata Fura-Fura.

E o nosso escritor Orlando prossegue com suas criatividade, dando novas cores às aventuras já esmaecidas pelo tempo, sempre sublimando as ações de solidariedade e de grandeza humana.

É assim em O Sol Nasce Apagado, belíssimo exemplo de vida de certo senhor de nome Galvão, cego de nascença, que conseguiu erguer empreendimento fabril em que deficientes da visão puderam exercer sua capacidade laborativa.

    E a História de Jipe?... Jipe era aquele doido que, muita gente conheceu, e que vivia fantasiado de automóvel, dizendo-se o próprio, em permanentes viagens [correndo], a pé, cumprindo percursos entre as cidades de Ilhéus e Itabuna e algumas vezes indo até Jequié!...

Vamos pegar uma carona de Jipe? Vai valer a pena. Com ele conheceremos as demais histórias de RASTREADO PELA LUA.

                                            Eduardo Manoel Almeida Lira
    [Administrador de Empresas e agora também escritor ao lançar, em 2015, o notável              livro, PARA-CHOQUES DO SUCESSO, patrocinado pela empresa Movesa [SCANIA VABIS]. de Salvador-BA]. 

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